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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Os 10 melhores Discos Nacionais de 2010, segundo a revista Rolling Stone

10º - Garotas Suecas - Escaldante Banda American Dust Após burilar sua musicalidade em uma série de EPs e ganhar a simpatia dos gringos, o Garotas Suecas finalmente lançou um álbum completo. Calcado em levadas de funk, soul e jovem guarda, o debute retrata uma banda afiadíssima, que sabe trabalhar bem todas essas influências. Já estava na hora de o Brasil também descobri-los.





9º - Nina Becker - Vermelho YB Music Vermelho tem algum balanço, mas está longe da folia carnavalesca da Orquestra Imperial. O bonito (ou os bonitos) disco(s) de estreia de Nina mostra(m) segurança e acentuado bom gosto, com destaques para "Janela'' e as versões para "Toc Toc", de Rubinho Jacobina, e "Lágrimas Negras", de Jorge Mautner e Nelson Jacobina.





 8º - Mombojó - Amigo do Tempo Independente Com arranjos elaborados e o bom gosto na mistura de estilos, o quinteto pernambucano conseguiu lançar um excelente trabalho após um longo hiato de quatro anos. O título de "herdeiros do mangue beat" perde um pouco o sentido com Amigo do Tempo, álbum que insinua essa nova fase para a banda, tão concisa quanto madura.





7º - Cérebro Eletrônico - Deus e o Diabo no Liquidificador Phonobase Neste terceiro disco, Tatá Aeroplano e sua turma abraçaram o rock como não haviam feito anteriormente. As guitarras dão a tônica, mas sem perder as referências tropicalistas características. O resultado é um álbum mais acessível e coeso, pontuado por boas baladas e faixas mais dançantes.





6º - Emicida - Emicidio Independente Famoso pelas rimas de improviso e pelo teor "caseiro" de seus versos, Leandro Roque de Oliveira, ou Emicida, lançou sua segunda mixtape, Emicidio, sem gravadora e vendendo-a em shows e com revendedores com apoio do Coletivo Fora do Eixo a R$ 5. Sem dúvida, o mais significativo lançamento do rap nacional em 2010.





5º - Pato Fu - Música de Brinquedo Rotomusic A banda mineira fez seu álbum mais ousado, relendo clássicos da música nacional e internacional com mini-instrumentos. Se a sonoridade e a participação dos filhos dos músicos pode incomodar um pouco, a perfeição técnica na reprodução de arranjos e melodias vira o jogo. Um disco feito para conquistar e embalar crianças e adultos.




4º - Nevilton - Pressuposto Independente Se houve um nome que se afirmou em 2010, este foi o do trio paranaense Nevilton. No EP Pressuposto, a banda retratou a atmosfera básica de suas apresentações, repleta de vigor adolescente: músicas com refrões grudentos que mais se parecem hinos roqueiros, guitarras em alto volume e baladas energéticas feitas para dançar.





3º - Karina Buhr - Eu Menti pra Você Tratore Cercada de amigos notáveis - Edgard Scandurra e Marcelo Jeneci entre eles - tanto em sua banda de apoio quanto em participações especiais, Karina Buhr, que se destacou no Comadre Fulozinha, fez e aconteceu com o primeiro álbum solo. Música regional, som indie, pop eletrônico, tudo isso fez parte do caldeirão sonoro da artista. Se Karina foi uma das cantoras que mais se destacaram em 2010, a qualidade de Eu Menti pra Você foi o fator responsável por esse impacto.


2º - Marcelo Jeneci - Feito pra Acabar Slap/Som Livre O cantor e multi-instrumentista Marcelo Jeneci é um caso raro. É parceiro de Arnaldo Antunes e transita entre o circuito de MPB indie paulistana. Mas não procura fazer música hermética endereçada a um clube exclusivo de amigos. Em Feito pra Acabar, o que se percebe é uma música sutil, orquestrada e delicada, mas com melodias capazes de atingir as grandes massas. Romântico e sensível, mas sem parecer brega ou irônico, Jeneci ganha seu espaço sem forçar a barra.



1º - Tulipa Ruiz - Efêmera YB Music Por mais que você se esforce, é impossível ficar impassível à voz de Tulipa Ruiz. Entre as cantoras da nova geração, ela é a de talento mais completo: escreve, tem um vocal naturalmente doce (mas que pode ficar agressivo, quando necessário) e interpreta cada palavra com uma sinceridade raramente vista. Suas canções são todas de amor, mas... Será que são mesmo? O sentimento certamente está lá, mas não é o centro da ação. Ou seja, quem procura uma cantora sentimental óbvia não vai encontrá-la em Tulipa, que sabe brincar com a discrição como poucos artistas brasileiros. Da colorida "Brocal Dourado", com seu refrão instantaneamente grudento, à reflexiva "Às Vezes", sem refrão algum!, Tulipa promete, nesta estreia impecável, que muitos ótimos momentos ainda estão por vir.